A desistência de Fernando Pimentel em concorrer ao governo de Minas, como anunciado ontem, deixa um forte sentimento de traição na militância que participou das prévias e queria uma candidatura própria do PT. “Se era para renunciar, por que disputou?”, é a pergunta que não se cala.

À parte esse sentimento, é preciso compreender que o processo em Minas demorou por demais. A divisão que se estabeleceu no PT após a entrega da Prefeitura de Belo Horizonte em 2008, que explicitou uma política de aproximação com o PSDB, ainda não foi resolvida. No PED, quase conseguimos vencer. Mas o PT continuou dividido bem ao meio. Nas prévias, a mesma coisa: nenhuma opinião foi amplamente majoritária. Isso explica a dificuldade da direção estadual em dar rumo claro às questões que lhe são colocadas.

Mas, se a prioridade é elegermos a companheira Dilma e darmos continuidade aos avanços obtidos no governo do presidente Lula, precisamos avançar em Minas em um ponto que sempre nos uniu: a discussão de um Programa Democrático-Popular para o Estado.

É fato que não queremos continuar com o governo de Aécio. Para isso já tem o Anastasia! Na impossibilidade do candidato petista, o palanque com o PMDB/PT deve estabelecer o rumo que queremos dar para Minas e é isso que deve pautar nossa atuação nesse momento.

O PT deve ocupar espaços, debater e apresentar um Programa que sintonize Minas com o Brasil; que se alinhe programaticamente, e nas ações, ao Governo Federal; que promova mais igualdade social e regional, que implante políticas públicas inclusivas, de afirmação da cidadania e de superação da pobreza.

Ao mesmo tempo, PMDB e PT devem construir uma aliança de centro-esquerda em Minas que dialogue abertamente com os servidores públicos e com os movimentos sociais e implemente uma política mais aberta, participativa e democrática no Estado.

Desse modo, a candidatura de Hélio Costa (PMDB) ao governo, com o apoio do PT, terá nitidez programática e compromissos sociais claros. A aliança será traduzida em conteúdos, ações, projeto. É isso que a militância do PT, do PC do B, e a força do PMDB e de demais partidos da base precisam construir.

É possível, sim, ganharmos o governo de Minas e iniciarmos as mudanças necessárias no nosso Estado. Para isso, é preciso pôr fim à encenação e começar a jogar! Agora são dois times no Brasil e em Minas. De um lado, Hélio e Dilma, de outro, Anastasia e Serra. A campanha tem tudo para ser vitoriosa, se bem conduzida e rompendo com a confusão estabelecida na disputa de BH em 2008, que só fortaleceu os adversários tucanos e neoliberais mineiros. Vamos à luta!

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